terça-feira, 18 de agosto de 2015

Programa Venera Saiba um Pouco Mais a Respeito

Programa Venera (em russo: Венера) foi uma série de sondas espaciais desenvolvidas pelo programa espacial soviético, para a coleta de informações do planeta Vênus. Eram lançadas em pares, com uma segunda sonda sendo lançada uma ou duas semanas após o lançamento da primeira. Os desenhos e os equipamentos carregados pelas sondas da série variaram ao longo dos anos, sendo gradualmente aperfeiçoados para resistir às extremas condições da atmosfera e da superfície do planeta Vênus.


Pionerismo


Mesmo sendo pouco divulgadas, as missões Venera foram pioneiras em vários aspectos:
  • Primeiro artefato humano a pousar suavemente em outro planeta e conseguir transmitir informações durante certo tempo.
  • Primeiras máquinas criadas pelo homem a entrar na atmosfera de outro planeta.
  • Foi a primeira a fotografar e enviar à Terra imagens de outro planeta.
  • A primeira e a realizar o  mapeamento em radar da superfície de um planeta.
As condições extremas de Vênus - temperaturas diárias de mais de 450 ℃, pressão atmosférica 90 vezes maior do que a da Terra e tempestades de ácido sulfúrico - fizeram com que estas sondas não sobrevivessem por muito tempo. As 8 primeiras sondas foram desenhadas para pousar no planeta, enquanto as 8 sondas posteriores foram desenhadas de modo diferente, sendo compostas de uma sonda orbital e de uma sonda projetada para pousar no planeta e resistir por um mínimo de 30 minutos na superfície do planeta antes de ser decomposta.


As Sondas:



 

  • A Venera 1 e a Venera 2
    Estas perderam contato com a Terra antes de chegar a Vênus. A Venera 3 alcançou o planeta em 1 de março de 1965, mantendo contínuo contato radiofônico com a Terra, mas este contato foi perdido logo antes da entrada da sonda na atmosfera do planeta. A Venera 3 tornou-se o primeiro objeto humano a pousar em outro planeta - embora este pouso não tenha sido controlado. A sonda possuía um corpo cilíndrico com uma espécie de redoma no topo, com uma altura total de cerca de 2 m, e havia dois painéis solares laterais de dimensões relativamente pequenas. Uma antena grande (mais de 2 m de diâmetro), de alto ganho, era a responsável pela recepção dos sinais de controle, e uma antena linear longa transmitia os sinais à Terra. Os instrumentos científicos da nave incluíam um magnetômetro, detectores de íons, detectores de micrometeoritos e radiação cósmica. A redoma no topo da nave continha uma esfera pressurizada que continha as insígnias soviéticas, e era projetada para flutuar nos presumíveis oceanos de Vênus, após o pouso (a nave não continha retrofoguetes).
  • A Venera 4
    Alcançou Vênus em 18 de outubro de 1967, tornando-se a primeira sonda a entrar na atmosfera e enviar dados à Terra. A Venera 4 também realizou a primeira comunicação radiofônica sonda-Terra. Ela liberou uma cápsula com dois termômetros, um barômetro, um altímetro e medidores de densidade do ar, 11 analisadores de gás e dois rádio-transmissores. O módulo principal da nave carregava um magnetômetro, detectores de raios cósmicos, indicadores de oxigênio e hidrogênio e detectores de partículas. O módulo de descida conseguiu transmitir informações durante a descida, até alcançar a altitude de 25 km (freiado por paraquedas), onde foi destruído pelas severas condições atmosféricas de Vênus. A Venera 5 alcançou Vênus em 16 de maio de 1969 e entrou na atmosfera de Vênus no mesmo dia, enviando dados à Terra antes de ser esmagada pela atmosfera. Cada nave (Venera 5 e 6) carregava um módulo de pouso, dotado de paraquedas, além de instrumental científico. Também carregavam medalhões comemorativos com as insígnias soviéticas e o baixo-relevo de Lênin. A Venera 5 lançou o seu módulo de pouso no lado escuro de Vênus em 16 de maio de 1969, e a Venera 6 o fez no dia seguinte.
  • Venera 7
    Foi a primeira sonda desenhada para resistir às extremas condições do planeta Vênus e a realizar um pouso controlado no planeta. Alcançou Vênus em 15 de dezembro de 1970 e pousou no planeta no mesmo dia. Enviou informações à Terra por 23 minutos antes de ser decomposta pelo calor e pela pressão do planeta. O radar da Venera 7 detectou ventos de mais de 100 quilômetros por hora. Foi o primeiro artefato humano a pousar suavemente em outro planeta e conseguir transmitir informações durante certo tempo. A Venera 8 pousou em Vênus em 6 de dezembro de 1970, sobrevivendo por 50 minutos.
  • Venera 12. Alcançou o planeta em 21 de dezembro de 1978, sobrevivendo por 110 minutos. Sua irmã, a Venera 11, pousou no planeta 4 dias depois, sobrevivendo por 95 minutos, mas seus sistemas de imagens (fotografia, radar) não operaram.

  • Venera 13.
    Enviou à Terra as primeiras imagens coloridas da superfície de Vênus, em 1 de março de 1982, sobrevivendo por 127 minutos, à temperatura de 456 graus centígrados e à pressão de 89 atmosferas.
  • Venera 15. Encerrando a série Venera, em 1983 foram lançadas duas naves destinadas a mapear Vênus com o emprego de um sistema de radar, sem pouso portanto: a Venera 15, lançada em 2 de junho de 1983, e a Venera 16, lançada em 7 de junho de 1983. As partes orbitais da Venera 15 e a Venera 16 realizaram missões de mapeamento da superfície do planeta em 10 e 14 de outubro de 1983. As naves Venera 15 e 16 eram idênticas e aproveitaram a nave base (módulo orbitador) das Venera 9 a 14, ligeiramente modificadas. 
     
Foto tirada pela sonda venera 14


A sonda Venera-D se inspira na missão norte-americana Magellan, porém usará um sistema de radar de maior potência. A Venera-D pretende também localizar lugares para próximas aterrissagens sobre a superfície do planeta. O projeto foi aprovado em 22 de Outubro de 2005, pelo decreto No. 635, a desenvolver entre 2006 e 2024.


A Venera-D


É o primeiro projeto espacial russo relacionado com o planeta Vênus (deixando de lado o Programa Venera e as sondas Vega 1 e 2 lançadas pela antiga União Soviética). A Venera-D pretende servir de modelo experimental a uma nova geração de sondas russas destinadas à investigação de Vênus, que culminarão com módulos de descida e aterrissagem capazes de suportar as condições adversas da atmosfera venusiana. Está previsto que a Venera-D será lançada a bordo do foguete Proton, porém também é possível que se empregue um foguete Angara, ainda em fase de desenvolvimento e será muito mais potente.
A Venera-D forma parte de um programa de renovação da indústria espacial da Rússia, junto à missão Fobos-Grunt, a primeira sonda russa à Marte após o fracasso da Mars 96.

* Estas são informações sobre uma missão espacial e estão sujeitas a serem alteradas bem como canceladas.





Fonte: Wikipédia e Blog do Astrônomo


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