Programa
Venera
(em russo: Венера) foi uma série de sondas espaciais
desenvolvidas pelo programa espacial soviético, para a coleta de
informações do planeta Vênus. Eram lançadas em pares, com uma
segunda sonda sendo lançada uma ou duas semanas após o lançamento
da primeira. Os desenhos e os equipamentos carregados pelas sondas da
série variaram ao longo dos anos, sendo gradualmente aperfeiçoados
para resistir às extremas condições da atmosfera e da superfície
do planeta Vênus.
Pionerismo
Mesmo
sendo pouco divulgadas, as missões Venera foram pioneiras em vários
aspectos:
- Primeiro artefato humano a pousar suavemente em outro planeta e conseguir transmitir informações durante certo tempo.
- Primeiras máquinas criadas pelo homem a entrar na atmosfera de outro planeta.
- Foi a primeira a fotografar e enviar à Terra imagens de outro planeta.
- A primeira e a realizar o mapeamento em radar da superfície de um planeta.
As
condições extremas de Vênus - temperaturas diárias de mais de 450
℃, pressão atmosférica 90 vezes maior do que a da Terra e
tempestades de ácido sulfúrico - fizeram com que estas sondas não
sobrevivessem por muito tempo. As 8 primeiras sondas foram desenhadas
para pousar no planeta, enquanto as 8 sondas posteriores foram
desenhadas de modo diferente, sendo compostas de uma sonda orbital e
de uma sonda projetada para pousar no planeta e resistir por um
mínimo de 30 minutos na superfície do planeta antes de ser
decomposta.
As Sondas:
- A Venera 1 e a Venera 2Estas perderam contato com a Terra antes de chegar a Vênus. A Venera 3 alcançou o planeta em 1 de março de 1965, mantendo contínuo contato radiofônico com a Terra, mas este contato foi perdido logo antes da entrada da sonda na atmosfera do planeta. A Venera 3 tornou-se o primeiro objeto humano a pousar em outro planeta - embora este pouso não tenha sido controlado. A sonda possuía um corpo cilíndrico com uma espécie de redoma no topo, com uma altura total de cerca de 2 m, e havia dois painéis solares laterais de dimensões relativamente pequenas. Uma antena grande (mais de 2 m de diâmetro), de alto ganho, era a responsável pela recepção dos sinais de controle, e uma antena linear longa transmitia os sinais à Terra. Os instrumentos científicos da nave incluíam um magnetômetro, detectores de íons, detectores de micrometeoritos e radiação cósmica. A redoma no topo da nave continha uma esfera pressurizada que continha as insígnias soviéticas, e era projetada para flutuar nos presumíveis oceanos de Vênus, após o pouso (a nave não continha retrofoguetes).
- A Venera 4Alcançou Vênus em 18 de outubro de 1967, tornando-se a primeira sonda a entrar na atmosfera e enviar dados à Terra. A Venera 4 também realizou a primeira comunicação radiofônica sonda-Terra. Ela liberou uma cápsula com dois termômetros, um barômetro, um altímetro e medidores de densidade do ar, 11 analisadores de gás e dois rádio-transmissores. O módulo principal da nave carregava um magnetômetro, detectores de raios cósmicos, indicadores de oxigênio e hidrogênio e detectores de partículas. O módulo de descida conseguiu transmitir informações durante a descida, até alcançar a altitude de 25 km (freiado por paraquedas), onde foi destruído pelas severas condições atmosféricas de Vênus. A Venera 5 alcançou Vênus em 16 de maio de 1969 e entrou na atmosfera de Vênus no mesmo dia, enviando dados à Terra antes de ser esmagada pela atmosfera. Cada nave (Venera 5 e 6) carregava um módulo de pouso, dotado de paraquedas, além de instrumental científico. Também carregavam medalhões comemorativos com as insígnias soviéticas e o baixo-relevo de Lênin. A Venera 5 lançou o seu módulo de pouso no lado escuro de Vênus em 16 de maio de 1969, e a Venera 6 o fez no dia seguinte.
- Venera 7Foi a primeira sonda desenhada para resistir às extremas condições do planeta Vênus e a realizar um pouso controlado no planeta. Alcançou Vênus em 15 de dezembro de 1970 e pousou no planeta no mesmo dia. Enviou informações à Terra por 23 minutos antes de ser decomposta pelo calor e pela pressão do planeta. O radar da Venera 7 detectou ventos de mais de 100 quilômetros por hora. Foi o primeiro artefato humano a pousar suavemente em outro planeta e conseguir transmitir informações durante certo tempo. A Venera 8 pousou em Vênus em 6 de dezembro de 1970, sobrevivendo por 50 minutos.
- Venera 12. Alcançou o planeta em 21 de dezembro de 1978, sobrevivendo por 110 minutos. Sua irmã, a Venera 11, pousou no planeta 4 dias depois, sobrevivendo por 95 minutos, mas seus sistemas de imagens (fotografia, radar) não operaram.
- Venera 13.Enviou à Terra as primeiras imagens coloridas da superfície de Vênus, em 1 de março de 1982, sobrevivendo por 127 minutos, à temperatura de 456 graus centígrados e à pressão de 89 atmosferas.
- Venera 15. Encerrando a série Venera, em 1983 foram lançadas duas naves destinadas a mapear Vênus com o emprego de um sistema de radar, sem pouso portanto: a Venera 15, lançada em 2 de junho de 1983, e a Venera 16, lançada em 7 de junho de 1983. As partes orbitais da Venera 15 e a Venera 16 realizaram missões de mapeamento da superfície do planeta em 10 e 14 de outubro de 1983. As naves Venera 15 e 16 eram idênticas e aproveitaram a nave base (módulo orbitador) das Venera 9 a 14, ligeiramente modificadas.
Foto tirada pela sonda venera 14 |
A
sonda Venera-D se inspira na missão norte-americana Magellan, porém
usará um sistema de radar de maior potência. A Venera-D pretende
também localizar lugares para próximas aterrissagens sobre a
superfície do planeta. O projeto foi aprovado em 22 de Outubro de
2005, pelo decreto No. 635, a desenvolver entre 2006 e 2024.
A
Venera-D
É
o primeiro projeto espacial russo relacionado com o planeta Vênus
(deixando de lado o Programa Venera e as sondas Vega 1 e 2 lançadas
pela antiga União Soviética). A Venera-D pretende servir de modelo
experimental a uma nova geração de sondas russas destinadas à
investigação de Vênus, que culminarão com módulos de descida e
aterrissagem capazes de suportar as condições adversas da atmosfera
venusiana. Está previsto que a Venera-D será lançada a bordo do
foguete Proton, porém também é possível que se empregue um
foguete Angara, ainda em fase de desenvolvimento e será muito mais
potente.
A
Venera-D forma parte de um programa de renovação da indústria
espacial da Rússia, junto à missão Fobos-Grunt, a primeira sonda
russa à Marte após o fracasso da Mars 96.
* Estas são informações sobre uma missão espacial e estão sujeitas
a serem alteradas bem como canceladas.
Fonte: Wikipédia e Blog do Astrônomo
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