quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Astrônomos descobrem a Galáxia mais antiga do universo conhecido.

A imagem mostra a localização da EGSY8p7 na escala de distância do universo conhecido, com detalhe para a observação feita pelo observatório Keck - ADI ZITRIN, CALIFORNIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY

 

 

 

Batizada como EGSY8p7, ela está a 13,2 bilhões de anos-luz da Terra




Astrônomos do observatório Keck, no Havaí, anunciaram a descoberta da galáxia mais distante da Terra no Universo conhecido. A EGSY8p7 está localizada a 13,2 bilhões de anos-luz de distância. Como o Universo tem idade estimada em 13,8 bilhões de anos, isto significa que a galáxia observada já tinha se formado apenas 600 milhões de anos após o Big Bang, informa o site Space.com.


A descoberta foi feita com o auxílio de um espectrógrafo infravermelho, que captou as linhas de emissão Lyman-alfa do hidrogênio presenta na galáxia aquecido pela ação da radiação ultravioleta das suas estrelas recém-formadas. E captar essas emissões a uma distância tão grande surpreendeu os pesquisadores.


- Nós vemos frequentemente linhas de emissão Lyman-alfa em objetos próximos, e este é um dos indicadores mais confiáveis de estrelas em formação - afirmou em comunicado o líder do estudo, Adi Zitrin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. - Entretanto, na medida em que penetramos mais profundamente no universo, o espaço entre as galáxias contém um crescente número de nuvens escuras de hidrogênio molecular, que absorvem o sinal.


O inesperado resultado pode jogar nova luz no entendimento de como o Universo evoluiu em seus primeiros anos. Os astrônomos pensam que o Universo foi completamente opaco a emissões Lyman-alfa por 400 milhões de anos após o Big Bang, por causa da difusão do hidrogênio molecular, mas isso começou a mudar com a formação das primeiras galáxias e o nascimento das primeiras estrelas.


Este processo, conhecido como reionização cósmica, aconteceu gradualmente, com hidrogênio sendo transformado em íons em bolhas que se expandiam. Eventualmente, essas bolhas se tocavam, tornando o universo transparente para as emissões Lyman-alfa. A detecção da EGSY8p7 sugere que o processo de reionização não foi uniforme, com algumas áreas sendo limpas do hidrogênio molecular antes de outras.


- Em alguns aspectos, o período de reionização cósmica é a peça final para o entendimento da evolução do Universo - disse Zitrin. - Além de empurrar a fronteira do que vemos para um tempo em que o Universo tinha apenas 600 milhões de anos, o que é excitante sobre a descoberta é que o estudo de fontes como a EGSY8p7 vai oferecer nova visão sobre como esse processo ocorreu.



Fonte: O Globo

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